A Polícia Federal do Brasil desmantelou um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou aproximadamente R$ 53,5 bilhões ($9,7 bilhões) em criptomoedas. A operação, denominada “Niflheim”, foi realizada em várias cidades, incluindo São Paulo, Fortaleza e Brasília, e resultou na execução de 23 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão.
O esquema envolvia três organizações principais que utilizavam criptomoedas para lavar dinheiro proveniente de atividades criminosas, como tráfico de drogas e contrabando. As investigações revelaram que duas empresas em Caxias do Sul movimentaram cerca de R$ 19 bilhões (aproximadamente $3,6 bilhões) e R$ 15 bilhões ($2,8 bilhões) entre agosto de 2019 e maio de 2024.
Durante a operação, as autoridades apreenderam veículos, propriedades e bloquearam R$ 8 bilhões ($1,58 bilhões) em contas bancárias e exchanges de criptomoedas. A investigação também identificou que mais da metade dos depósitos vinculados aos principais suspeitos eram provenientes de indivíduos com antecedentes criminais, indicando o uso generalizado de criptomoedas para facilitar atividades ilícitas.
A Polícia Civil de São Paulo também participou da operação, desmantelando um esquema de lavagem de dinheiro gerido pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O PCC utilizava uma corretora de criptomoedas e um banco virtual para realizar as transações ilícitas. Durante a operação, foram apreendidos cheques no valor de R$ 55 milhões ($8,9 milhões) na sede da empresa envolvida.
A operação Niflheim destaca o papel significativo das criptomoedas na facilitação de crimes financeiros no Brasil e a resposta das autoridades para combater essas atividades. As investigações continuam em andamento, com a expectativa de novas prisões e apreensões nos próximos dias.