Depois de uma forte queda que começou na tarde de sexta-feira, o Bitcoin (BTC) está acelerando sua queda neste sábado (13) devido ao aumento das tensões geopolíticas entre Israel e Irã, que já afetavam os ativos de risco ontem. Vale ressaltar que, ao contrário das bolsas de valores, o mercado de criptomoedas opera 24 horas por dia, sete dias por semana.

O nervosismo nos mercados fez com que os investidores reposicionassem seus investimentos, Bitcoin e outras criptomoedas para o ouro e dólar, que estavam em alta na sexta-feira, disse Beto Fernandes, analista da Foxbit.

“O Bitcoin já estava operando de forma lateralizada e com um viés de baixa, considerando os dados macroeconômicos da semana. No entanto, a queda ganhou força após as ameaças de Israel ao Irã”. Ameaças essas que foram concretizadas com o envio de drones iranianos, segundo o governo israelense. Por volta das 17h de hoje, o Bitcoin chegou a encostar em US$ 60.600 na exchange Binance, a maior do mundo e com a maior liquidez. A queda alcançou 9% nas últimas 24 horas, e cerca de 15% em relação aos US$ 71 mil registrados na madrugada do dia anterior. Às 17h30, o ativo digital passou a ser negociado na faixa dos US$ 62.000, mas ainda com forte volatilidade.

Criptomoedas menores, conhecidas como altcoins, estão cedendo ainda mais. O Ethereum (ETH) encolhe quase 10% em 24 horas, para US$ 2.900, e a Solana (SOL) desvaloriza 18% no mesmo período, a US$ 126. As criptomoedas como um todo, incluindo o Bitcoin, perdem cerca de US$ 150 bilhões em valor de mercado nas últimas 24 horas, segundo o agregador de preços CoinGecko.

O recuo também ocorre alguns dias antes do halving do Bitcoin, evento previsto para a próxima semana que cortará pela metade a emissão da criptomoeda. Segundo o site Nicehash, a atualização ocorrerá no próximo sábado (19). Analistas já alertaram que o preço do ativo pode cair antes do evento.

O Bitcoin também está reagindo aos fluxos de saída nos ETFs (fundos de índice) dos Estados Unidos e à política monetária do país. Os dados de inflação do consumidor jogaram um balde de água fria nas expectativas de cortes de juros em junho.